Vi um rapaz me olhando. Aqui ninguém me olhara antes. Não sou feia, oras, sou invisível, você sabe. Nessa planície arredondada onde as bússolas não funcionam, eu andava às quatro de quatro tomando banho de lua. Assustei-me. Vi um rapaz me olhando.
Numa manobra memorável, escalei a torre da ctbc e mandei todas as luzes no chão. E primeiro minha cara se fechava toda, como experimentando um azedo amargo. E depois se abria devagar: a boca num mudo grito, os olhos num mudo espanto, as bochechas num imperceptível sorriso. Estava ele lá, ainda me olhando.
Numa manobra memorável, escalei a torre da ctbc e mandei todas as luzes no chão. E primeiro minha cara se fechava toda, como experimentando um azedo amargo. E depois se abria devagar: a boca num mudo grito, os olhos num mudo espanto, as bochechas num imperceptível sorriso. Estava ele lá, ainda me olhando.
Numa manobra inesquecível, arranquei as árvores da Tubal e as plantei todas na Sérgio. Também fui ao zoológico e lhe roubei todos os bichos. Então, envolta por floresta e nenhum outro pano, cheguei meus olhos à fechadura e estava ele lá, ainda me olhando, disse: trouxe seus chinelos, seu dentifrício e uma manta. Ao que respondi: então. Quer morar comigo?
2 comentários:
colocar uma história de vida num instante. e generosamente emprestar seu instante a quem quiser dele beber. quem quiser dizer: "mas olha, esse instante também foi meu".
Acho que vc faz pequenas mágicas! poeta e generosa.
Sou nova nisso de blog e me surpreende tanto ser compreendida!!!
Achei generosidade a sua de ter me lido! Obrigada e volte sempre :)
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