Sim, sou doce.
E que porra você teria a ver com isso?
Sim, prefiro que você prospere às favas onde estiver.
Seja feliz, encontre luzes e caminhos.
Mas que porra eu teria a ver com isso?
Sim, sorrio e faço parte de todos os seres humanos
Mas que merda só você não se dar conta disso
E eu tenha que difamar seu ódio com meu amor explícito
Essas suas horas gastas no meu eterno sorriso
Cheias de escárnio desnecessário e ambíguo
Sim, ou eu perdôo ou nem ligo
Sim, tenho pouco ou nenhum raciocínio
E sim, sua arrogância de merda tem menos que isso
Porque se eu fosse tudo que sou
E você fosse tudo que é
Estaríamos discutindo isso?
Sim, sou antes o que é impreciso
E que porra eu poderia fazer a respeito disso?
Que porra você poderia fazer com isso?
Sim, fui-me embora fazer drama atrás da árvore
Chorei uma pá de noites e dias seguidos
Masquei unha até sangrar-me os dedos
Fiquei oito minutos sem respirar sob o mar
Encasquetei com trocentos vícios
Que merda mesmo é isso?
É por isso mesmo que digo
Sou doce mesmo, há milênios
Vista sob árvores escrevendo
Poemas
Poemas
E se você pudesse saber como é isso
Eu te escreveria um poema também
Um poema como se você tivesse
Um tanto assim a ver com isso
Um poema que te explicasse melhor
e se chamasse por isso, Por isso.
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