“Quando olho para trás, vejo o rastro das grandes neuroses urbanas irem entrando pelas paredes das minhas coisas. Me lembro bem: eu tinha uma treta com a vida, desafiava mais, só que, num por aí sei lá quando, fui mudando, deixando o lodo da civilização entrar, me senti muito mal mesmo. Era como se eu estivesse compactuando com cada grosseria humana, rico roubando de rico pra ficar mais rico, pobre roubando de pobre e todo mundo ficando mais pobre um pouco.
Quem é que vai ficar pensando uma coisa dessas na hora do almoço?
Eu tinha indigestões, dores no estômago. Me exaltei.
Mudo de assunto. Não é fácil, eu fico lá, de bochecha roxa, que nem uma boneca, em reunião, mesa redonda, todo mundo me olhando,,, ,, tenso, releva, releva,,, ,, ai!!! eu só queria xingar, dar um xingadinha. Vai à porra diretorzinho de merda sem modos.
Mas isso não se faz, e cada vez que não se faz, se é um pouco mais civilizado. Até se ir ficando mais em casa, mais caseiro. Eu fui murchando, sabe,,, . Civilizei demais.”
Mas isso não se faz, e cada vez que não se faz, se é um pouco mais civilizado. Até se ir ficando mais em casa, mais caseiro. Eu fui murchando, sabe,,, . Civilizei demais.”