Descobri que eu não sou eu.
Antes de ser eu,
sou o vento, os pássaros
que alívio! não sou o tempo que passo, sou só este momento.
Não sou a voz que julga com os preceitos dos outros, sou o silêncio
Não sou do tamanho em que caibo, sou o imenso
Sou uma alegria que mora dentro e quase ninguém vai vendo
Vai vendo:
Descobri: eu sou o que está vivo,
você,
é que
segue morrendo.
Vai vendo:
Existo. Ou não
Sou loira dos olhos negros. Inventada. Sou a personagem em mim que esteve atenta o tempo todo, a que guardou, quebrou, misturou e pintou essas histórias. Sem ela, eu simplesmente não aprendo. Não conseguiria. Eu posso ser outras pessoas, uma grande alegria na vida duns, uma grande tristeza na vida doutros, mas, se escrevo, sou Cassandra. Se não sou, digo a ela: Cassandra, que saco! E a gente sai por aí. Discutindo e tomando uns goles. E a gente se mistura. A gente se conforta. Em Uberlândia, minha Macondo, minha London, minha Paris. O Alfredo? É meu incidente, reincidente.
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